sábado, 20 de março de 2010

CARTA


CARTA

Nas cartas esquecidas no alpendre
Restam as lembranças daquele Janeiro
Em que meus olhos encontraram o fim
Nunca pensei na possibilidade do
Abstrato ser real até chegar o frio
Do entardecer em que os cravos do
Adeus penetram minha pele.

O vento do tempo desalinhou a luz
Que outrora contemplava no horizonte
Águas passaram debaixo da ponte
Mas não levaram o sentimento
Latente, plantado em solo fértil
Mas sem cultivo.

Observe o crepúsculo do inconsciente
Remetendo-me para este labirinto
Sem saída criado do som concreto
Do adeus dos teus lábios.

Não, não...
Por favor não diga nada
Meus ouvidos precisam viver esse
Momento em que o acalento do tempo
Traz a lua novamente pra mim.

Não precisa seguir sozinho
Pois minha alma nunca deixou
De caminhar ao lado teu...
--
Gheysa Daniele

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